Um dia desses vi um quadro em um programa de televisão cujo objetivo era descobrir antigos ídolos da música brasileira. Achei muita graça ao ver alguns deles depois de anos e anos sumidos aparecerem de repente, cantando as mesmas músicas, os mesmos trejeitos, entretanto era notável a diferença que o tempo tinha feito em seus rostos e também vozes. Pensar que esses “senhores e senhoras” influenciaram tantas jovens de sua época com seus estilos de roupas, performance na apresentação; verdadeiros ditadores de moda e estilo de vida...heim?
Fiquei meditando sobre o nosso meio evangélico e sobre aqueles que influenciaram muitos, inclusive a nós, mas que agora parecem perdidos no tempo.
No século 18, um homem simples, mas determinado, na verdade um sapateiro, resolveu um dia dar um basta a tanta indiferença e descaso de seus contemporâneos para com os muitos povos ainda sem testemunho de Cristo, fossem na África ou em qualquer outro lugar rotulado pejorativamente de Terceiro Mundo.
William Carey era o seu nome. Ele influenciou toda uma geração de missionários que se levantou após o seu “levante”. A sua voz ecoou por todos os Estados Unidos, Europa e confins. Uma de suas estratégias mais defendidas era a criação de “meios” para se atingir o objetivo de alcançar os não alcançados. Esses meios, entre eles a criação de várias agencias missionárias, foram os responsáveis pelo avanço missionário de então, sendo que ele mesmo tornou-se conhecido como “O pai de missões modernas”.
Olhando o triste e desafiador quadro da evangelização mundial de nossos dias, os bancos de nossas igrejas, a freqüência nos cultos de missões e oração, o fervor missionário, o conformismo com o nosso “mundinho” evangélico egoísta, olho para um horizonte vago e distante a espera de William. Não daquele de dois séculos atrás, o sapateiro, mas do William filho da dona Maria, do “seu” José ou do Joaquim; dos Williams de nosso tempo, alguns deles brilhantes alunos de faculdade, promissores jovens gerentes de bancos, pastores preparados, os internautas, as professoras, os empresários, morem eles nos aglomerados ou nos condomínios fechados das grandes ou pequenas cidades .Procuro por William, agora sim o Carey, para ver se o encontro como modelo para os jovens de hoje, se pelo menos a ousadia e a coragem dele fisgaram alguém. Sabiam que William, o sapateiro, influenciou tanto a sua época que chegou a por fim a uma terrível e antiga prática na Índia em queimar viva a mulher junto com o marido morto? Mas e quanto aos Williams de nosso tempo? Que influência têm exercido sobre essa geração, tão vazia e desprovida de propósitos? Gostamos de cantar: “Que não seja preciso que se levante outra geração que vá adiante”, mas será que é verdade ou só uma letra bonita? Que a prática venha com o ideal? E continuo procurando. Afinal onde está William?
Acho que sei a resposta para tudo isso. É que William não é um nome tipicamente brasileiro. Então não podemos esperar que um William do século passado e com um nome estrangeiro venha nos influenciar aqui e agora. Afinal sabemos tanto; somos tão eficientes em tudo. Se o problema é esse acho que “tá” fácil resolver. É só mudar o nome do William, o sapateiro, afinal ele perdeu muitas coisas ao se identificar com o povo da Índia, ao abrir mão de seu conforto de primeiro mundo, de sua cultura e costumes, de seus direitos como cidadão inglês e quem sabe tenha até adotado um nome indiano?
Pois é, vamos chamar o William de João. Afinal este é o mais brasileiro dos nomes. Assim fica tudo mais fácil. Vamos sair por aí chamando pelos “Joãos” e pelas “Marias”também. Abrimos mão do William, o nome, mas não do seu caráter, coragem, paixão, inconformismo, e obediência.
Voltando ao começo, o tempo mudou a aparência e até as vozes dos antigos “ídolos” da nossa rica música popular brasileira, mas não poderá nunca apagar dos anais da história as conquistas de William, o Carey. Ele ainda fala muito alto. O problema é que a nossa geração está surda. ASSIM É PRECISO GRITAR!!!!!
Saiba mais sobre William Carey visitando o link: http://pt.wikipedia.org/wiki/William_Carey
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2 comentários:
Oi Marcinho,
que bom ter você como companheiro na Blogsfera.
A propósito o único srilanquense que conheci chamava-se Willian (em homenagem ao homem Carey).
Abraços,
Rogério
Oi Pastor Márcio! Q saudade, meu querido! Como vc está?
Estou impressionado com o blog que criou! Q benção! Q riqueza de informações! Parabéns! Como vc, não tem nada de entediante!
O texto sobre o Willian mexeu comigo!....Afinal, faço parte dos "Joãos" espalhados por esse mundo..haha
Um forte abraço!
João Marcelo
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