Existe algo muito importante a considerar que se chama Cultura. Se a olharmos como uma cebola, entenderemos que ela pode ter várias camadas, onde cada uma delas recebe nomes como comportamento, valores, crenças e finalmente a mais interior delas: a cosmovisão.
É aqui que as questões mais profundas da humanidade encontram ou pelo menos tentam encontrar respostas. Perguntas como: Quem sou?Para que existo? De onde vim e para onde vou? Permeiam essa esfera da cultura.
Certa vez Jesus, pouco antes de sua morte e ressurreição e antes de subir aos céus. Conversava com seus discípulos acerca do Reino. Podemos imaginar que apesar de três anos ministrando a eles, ainda havia muitas perguntas e dúvidas quanto aos detalhes que envolvem o Reino de Deus. Num dado momento, um deles lhe perguntou: “Senhor, acaso será por esse tempo que Tu restaurarás o Reino a Israel? À primeira vista, era uma pergunta justa principalmente se feita por um Judeu, e vivendo ainda sob o “tacão” de Roma, muito longe de ser aquela nação poderosa dos tempos áureos de Davi ou Salomão. Por outro lado, essa pergunta tinha um “que” de egoísmo ou mesmo de desconhecimento por detrás. O autor da pergunta tinha fechado demais a sua visão quanto ao significado verdadeiro de Reino, ao que Jesus lhe respondeu: “Não vos pertence saber os tempos ou épocas que estão reservados somente a Deus, mas, e esse “mas” faz toda a diferença aqui no texto bíblico, pois é exatamente essa palavra tão pequena que abre ou amplia a visão.
Jesus, já em outras ocasiões, tinha deixado a “dica” de que tinha algo maior em mente do que somente a nação de Israel. Seu projeto de vida que estava para se concluir se estendia a todos os povos, nações, tribos e línguas e não somente a um povo, que apesar de querido, não era mais exclusivo.
Essa pergunta feita há tanto tempo atrás ainda ecoa hoje, com todo o seu frescor e desafio. Nós, a Igreja de Jesus aqui na terra, ainda teimamos em reter as bênçãos somente para nós, para o nosso grupo, igreja ou denominação. O Reino é grande demais para ser colocado dentro de um recipiente tão pequeno quanto uma nação somente, mas ao mesmo tempo é tão pequeno que cabe dentro de cada um de nós. Jesus disse: O reino de Deus está dentro de vós. E apesar de pequeno e caber dentro de mim, pode ser compartilhado com tantos quantos eu quiser. A bênção de Abraão, tão reivindicada em nossos dias pelos crentes nas reuniões e vigílias já foi enviada, assim como o Espírito Santo, prometido neste mesmo texto e que nos capacita a compartilhar essa bênção com o mundo inteiro.
O Reino é grande, mas ao mesmo tempo é pequeno. É como um grão de mostarda que sendo a menor das sementes produz uma grande árvore. O Reino não é exclusivo de um povo, pelo contrário deve ser compartilhado. Partir, repartir ou compartilhar é uma tarefa que sempre exigirá de nós uma visão ampla
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