Normalmente gostamos de separar os cristãos em duas classes: Os espirituais e os carnais ou mundanos. Não é assim? Dificilmente também nos catalogamos no segundo grupo, pois sempre nos consideramos mais espirituais do que nossos irmãos, apesar de sabermos que isso não é bom e existe uma exortação bíblica em “considerar os outros superiores a nós mesmos.”
Nessa cosmovisão evangélica, um crente espiritual seria aquele que ora de forma mais fervorosa e quase sempre em tom mais alto nas reuniões, é eloqüente nas palavras e no testemunhar. É aquele que todo fim de semana tem um testemunho ou algo a contar na reunião. Por outro lado, o crente carnal está sempre voltado para as coisas do mundo, seus vícios e atrações, merecendo sempre pouca ou nenhuma atenção.
Queria, contudo apresentar uma segunda forma de analisar o nosso comportamento como cristão. Queria falar de cristãos mundanos e mundiais.
O primeiro grupo nesta perspectiva fala de crentes que aparentemente são bons e cumprem bem o seu papel. Contudo, se olharmos mais de perto, poderemos ver que tudo o que dizem ou fazem gira em torno deles mesmos, e isso se reflete bem em suas orações sempre voltadas para as suas necessidades e desejos pessoais. Eles nunca têm tempo para orar pelo mundo, pelos perdidos ou pelo avanço do Evangelho, aliás, nunca sabem em que estágio da tarefa estamos desconhecendo desta forma o que falta para completar. Eles são mundanos porque tudo fala sobre o seu pequeno mundo, onde eles reinam soberano. Por estarem sempre olhando para os próprios pés não conseguem “erguer os olhos e ver os campos que se branquejam para a ceifa” ( ). Quando questionados sobre a evangelização dos povos não alcançados, a resposta é a mesma daquele antigo grupo já conhecido nosso que respondeu a Willian Carey sobre a necessidade da África: “Se Deus quiser salvar a África, Ele vai fazer isso sem a nossa ajuda ou a sua”. O cristão mundano não tem perspectiva, visão ou mesmo preocupação em desenvolver uma.
Por outro lado, existem os cristãos mundiais. Como o próprio nome diz, eles são cidadãos globais e por verem o mundo de uma perspectiva ampla e aberta se movem nele de uma ponta a outra, interagindo com o Espírito Santo, sempre suprindo necessidades e aproveitando as oportunidades. Seus olhos estão sempre voltados para as pessoas. Onde existe uma porta aberta eles estão de “malas prontas” para entrar e transformar o ambiente. São constantes agentes transformadores, embaixadores do Reino Universal de Deus. Por saberem que são “peregrinos” aqui na terra, não têm pátria terrena ou domicílio fixo, e como Paulo, possuem dupla ou tripla cidadania o que lhes permite moverem com liberdade em favor do Evangelho sempre onde e quando são solicitados.
Uma característica típica desses cristãos é a facilidade em se moverem de uma cultura para a outra; são verdadeiros “camaleões” se adaptando com maestria a novas situações e ambientes.
O cristão mundial sabe da sua responsabilidade com a evangelização mundial. Sua mente está constantemente trabalhando em favor de novas estratégias e portas de entradas para o desafio da entrada em outras culturas.
De acordo David Bryant no seu livro “In The Gap”, ou seja, “na brecha” “um cristão mundial é um discípulo para o qual a causa global de Cristo se tornou integrada, e uma prioridade diante de tudo o que Cristo é para ele. Ele investiga ativamente tudo o que a Grande Comissão de Seu Mestre significa e assim age de acordo com o que aprendeu. Um cristão mundial é alguém cuja direção da vida foi solidamente transformada por uma visão mundial.”
Os exemplos bíblicos são muitos e entre eles podemos citar Abraão ao interceder por Sodoma, José tornando-se líder em uma nação estrangeira, Jeremias o profeta das nações, Paulo com sua múltipla cidadania e o próprio Jesus se entregando pela humanidade. A história da igreja também acrescenta outros á nossa lista e o mundo de hoje espera ansioso por mais desses cristãos. UM DELES PODE SER VOCÊ!
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